sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Ministra da Educação armada em Nórdica!
Num destes sábados, já que estava de papo ao sol sem nada fazer, decidi comprar o Expresso. “Levantei as orelhas” ao perceber que, no seu interior, vinha uma entrevista de fundo à nossa Ministra da Educação. Estou habituado aos tremores que costumam ser abundantes no ME – polémicas que escolhem o verão na esperança de apanharem os profs distraídos - mas, pelo sim, pelo não, decidi ler o conteúdo.
Bem, no meio de muito blábláblá esparramavam-se rasgados elogios ao sistema de ensino finlandês onde, parece, não há reprovações e os meninos com mais dificuldades têm todos os apoios e mais alguns para singrar. Reconhece a nossa ministra ainda que um chumbo de um aluno fica muito caro ao estado e que, portanto, temos de acabar com os ditos. Afinal o que é importante: a formação e educação da sociedade ou o orçamento de estado? O país necessita de jovens capazes para enfrentar o futuro ou de portugueses baratos? Esquece-se a nossa ministra que as famílias suecas ou finlandesas têm uma estrutura financeira, social e cultural que não têm as famílias portuguesas. Pretende ignorar a nossa ministra que por aquelas bandas as turmas são mais pequenas, os alunos têm todos os materiais e equipamentos à disposição, as escolas, para além das necessárias condições materiais, têm equipas multidisciplinares que acompanham permanentemente os alunos mais carenciados ou com mais dificuldades económicas. Afinal a nossa ministra escritora que fez sonhar tantos de nós com as suas aventuras é igual aos outros ministros que passaram pela 5 de Outubro. Está mais preocupada em deixar a sua marca na história da educação, em despoletar mais uma reforma de cosmética, rápida e inconsequente, daquelas que se fazem de quatro em quatro anos. A ministra mostra desconhecer a sociedade portuguesa que se guia pelas classificações quantitativas atribuídas aos seus filhos e que dá muita importância ao mérito, sendo as notas elevadas motivo de orgulho para pais e filhos.
Afinal Isabel Alçada leu depressa os livros por onde estudou José Sócrates e vai continuar a cavalgar a onda do facilitismo, dos cursos rápidos, das oportunidades que são novas mas vazias, tudo isto para maquilhar os relatórios da OCDE a nosso favor.
Portugal necessita de um ensino de qualidade, universal e que garanta uma igualdade de oportunidades onde, legitimamente, os melhores possam desenvolver a sua excelência mas todos atinjam um cada vez mais completo e útil volume de competências académicas e sociais. Portugal necessita de cidadãos com elevada literacia cultural, linguística, científica e informática. Dispensamos bem jovens vazios, amorfos e incapazes de reagir às surpresas que podem surgir no virar de uma qualquer das curvas da vida.
Portanto, senhora ministra, deixe-se de ilusões e apoie todos os alunos que necessitam, dê-lhes todas as oportunidades para eles melhorarem mas chumbe-os se tiver de ser porque às vezes uma paragem, uma reconsolidação é o melhor. Se não diga-me senhora ministra, o que tem a dizer aos alunos que trabalham, que se esforçam, que têm brio nas suas avaliações se … ninguém chumba?
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