sábado, 4 de dezembro de 2010
Avô Alfredo
Hoje sinto uma mescla de tristeza e orgulho ao escrever estas palavras.
Na madrugada do dia dois, uma noite gélida e nevada, o patriarca da minha família, o meu querido Avô, iniciou uma viagem sem retorno, uma jornada que todos teremos de encetar um dia …
Há Homens que deixam fortunas incomensuráveis, património a perder de vista ou obras sem preço …
Avô, você deixou a maior sorte de todas … uma grande linhagem! E que orgulho sinto ao escrever isto: dez filhos, dezasseis netos e dezoito bisnetos. Somos tantos Avô que até tenho medo de me perder nas contas. Que riqueza incalculável é esta que, Você Avô sempre soube proteger e guiar. O Criador permitiu que vivesse noventa e três primaveras admiráveis, cheias, ricas de alegria, dedicação aos seus e à comunidade. Avô, Você será continuamente um exemplo para todos nós. Acredite que onde estiver verá sempre os seus a carregar com o maior orgulho e determinação o nome Rodrigues.
Avô Alfredo, não sei se é um adeus, um até já ou um até sempre, … prefiro que seja um sempre estará entre nós. Daí onde estiver continue a cuidar de nós que, pelo nosso lado, cá continuaremos a tomar conta de Si.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Sindicatos a toque de caixa de alguns políticos
Hoje é dia de greve geral. Mas que greve é esta que não vai ter qualquer efeito para além de transtornar a vida a milhares de portugueses e de dar um enorme prejuízo a um país já de tanga?
Parece que os sindicalistas portugueses, aqueles que estão nos sindicatos há dezenas de anos e já não sabem o que é estar no batente diariamente, aqueles que estão comprometidos, até aos ossos, com partidos políticos, estão a aproveitar esta greve inútil para apalpar o pulso à popularidade do governo e dizerem que o PCP e o Bloco ainda existem.
Aliás este sindicalismo não é mais do que um alfobre de gente que está agasalhada ao poder e gosta de aparecer na televisão no jornal da noite.
Que país é este onde o patrão, o governo, paga aos sindicalistas para que façam cartazes, greves e que me enviem SMSs chatos diariamente contra aqueles que garantem a sua sobrevivência. Será que um sindicalismo antigo, partidarizado e cheio de desocupados que estão destacados para organizarem umas coisas de vez em quando faz sentido? Será que a greve geral de hoje feita contra o apertar do cinto – dizem eles – faz sentido quando tudo está já decidido? Mas, que diabo, os sindicatos não deveriam servir para defender os interesses dos trabalhadores e não para fazer sondagens contra o governo, daquelas em que já sabemos o resultado final?
Não sou contra o sindicalismo, muito menos contra a greve. Apenas me insurjo contra este sindicalismo sujo, dependente e partidarizado. Para mim um sindicato deve ser uma instituição que defende os trabalhadores nas alturas certas, durante as negociações e não nos factos consumados; deve ter dirigentes que estão lá em regime de voluntariado com uma perspectiva de missão; não me devem impedir de trabalhar porque a minha empresa de transportes não cumpriu os serviços mínimos.
As greves não deveriam servir para os trabalhadores ficarem em casa. Num dia como o de hoje os trabalhadores deveriam organizar reuniões onde discutam os seus problemas. Os sindicatos terão mais o meu respeito quando se organizarem manifestações ao sábado e não há sexta; um sindicato terá mais valor quando marcar greves em momentos em que as decisões ainda possam ser reversíveis; um sindicato terá mais importância quando os seus dirigentes não forem dirigentes também partidários; os sindicatos terão mais significado quando tiverem responsabilidade nacional e e sentido de Estado quando isso é solicitado a todos.
sábado, 2 de outubro de 2010
Centenário da República
Será que os portugueses sentem a República?
A República foi fundada por um bando de gente de várias proveniências mas, especialmente, das classes médias urbanas de Lisboa: comerciantes, farmacêuticos, caixeiros, enfim, muitas pessoas que se deslocaram para a cintura urbana de Lisboa, à procura de melhor vida e que foram liderados por advogados e médicos como Afonso Costa, António José de Almeida, Manuel de Arriaga ou Machado Santos. Há alguma violência em todo este processo porque a República foi implantada com a ajuda de uma organização secreta que dispunha de armas e de alguma preparação militar: a Carbonária. Por detrás da fundação da República está uma Monarquia falhada, sem ideias, com um rei fraco, magoado pelo Regicídio e rodeado de intriguistas sedentos de mordomias e poder. Em meu modesto entender a República nasceu por demérito da Monarquia porque Portugal não sentiu a República que foi declarada por decreto em todo o país.
Não sei se os portugueses sentem ou não a República mas pelas trapalhadas que a República tem vivido, penso que a única coisa a salientar é o facto de podermos eleger o Presidente da República porque, para além disso os outros regimes democráticos também nos proporcionam o que a nossa República nos dá. Portugal não vive em Liberdade, Igualdade e Fraternidade como sonharam os primeiros inspiradores da república. Os portugueses, povo pacífico, tradicionalista, conservador, um pouco bonacheirão até, está-se nas tintas para o regime desde que quem lá está governe bem. A nossa política actual pouco mudou visto vivermos uma espécie de rotativismo onde os dois grandes partidos gravitam em torno do poder com o Presidente a arbitrar o jogo. Se agora temos PS e PSD, na Monarquia Constitucional tínhamos Regeneradores e Progressistas com pequenos partidos barulhentos que eram chamados ao poder para compor o ramalhete, quando era necessário, tal como na actualidade, em circunstâncias em que uma maioria parlamentar o exige.
A República é uma senhora com cem anos que merecia mais respeito e consideração. Já que a temos entre nós, quer gostemos ou não dela, deveríamos protegê-la e honrá-la.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Ministra da Educação armada em Nórdica!
Num destes sábados, já que estava de papo ao sol sem nada fazer, decidi comprar o Expresso. “Levantei as orelhas” ao perceber que, no seu interior, vinha uma entrevista de fundo à nossa Ministra da Educação. Estou habituado aos tremores que costumam ser abundantes no ME – polémicas que escolhem o verão na esperança de apanharem os profs distraídos - mas, pelo sim, pelo não, decidi ler o conteúdo.
Bem, no meio de muito blábláblá esparramavam-se rasgados elogios ao sistema de ensino finlandês onde, parece, não há reprovações e os meninos com mais dificuldades têm todos os apoios e mais alguns para singrar. Reconhece a nossa ministra ainda que um chumbo de um aluno fica muito caro ao estado e que, portanto, temos de acabar com os ditos. Afinal o que é importante: a formação e educação da sociedade ou o orçamento de estado? O país necessita de jovens capazes para enfrentar o futuro ou de portugueses baratos? Esquece-se a nossa ministra que as famílias suecas ou finlandesas têm uma estrutura financeira, social e cultural que não têm as famílias portuguesas. Pretende ignorar a nossa ministra que por aquelas bandas as turmas são mais pequenas, os alunos têm todos os materiais e equipamentos à disposição, as escolas, para além das necessárias condições materiais, têm equipas multidisciplinares que acompanham permanentemente os alunos mais carenciados ou com mais dificuldades económicas. Afinal a nossa ministra escritora que fez sonhar tantos de nós com as suas aventuras é igual aos outros ministros que passaram pela 5 de Outubro. Está mais preocupada em deixar a sua marca na história da educação, em despoletar mais uma reforma de cosmética, rápida e inconsequente, daquelas que se fazem de quatro em quatro anos. A ministra mostra desconhecer a sociedade portuguesa que se guia pelas classificações quantitativas atribuídas aos seus filhos e que dá muita importância ao mérito, sendo as notas elevadas motivo de orgulho para pais e filhos.
Afinal Isabel Alçada leu depressa os livros por onde estudou José Sócrates e vai continuar a cavalgar a onda do facilitismo, dos cursos rápidos, das oportunidades que são novas mas vazias, tudo isto para maquilhar os relatórios da OCDE a nosso favor.
Portugal necessita de um ensino de qualidade, universal e que garanta uma igualdade de oportunidades onde, legitimamente, os melhores possam desenvolver a sua excelência mas todos atinjam um cada vez mais completo e útil volume de competências académicas e sociais. Portugal necessita de cidadãos com elevada literacia cultural, linguística, científica e informática. Dispensamos bem jovens vazios, amorfos e incapazes de reagir às surpresas que podem surgir no virar de uma qualquer das curvas da vida.
Portanto, senhora ministra, deixe-se de ilusões e apoie todos os alunos que necessitam, dê-lhes todas as oportunidades para eles melhorarem mas chumbe-os se tiver de ser porque às vezes uma paragem, uma reconsolidação é o melhor. Se não diga-me senhora ministra, o que tem a dizer aos alunos que trabalham, que se esforçam, que têm brio nas suas avaliações se … ninguém chumba?
sábado, 1 de maio de 2010
Homenagem …
Quem é que nos aguenta desde o dia zero?
Morre de dores para que estejamos aqui a ler estas linhas?
Atura os nossos odores e “humidades”?
Nos ensina as primeiras palavras e nos cura as primeiras feridas?
Quem sofre de ansiedade connosco no primeiro dia de escola?
Quem nos cobre de beijos com o primeiro “muito bom”?
Ou nos dá uma palmada depois da primeira pedra na janela do vizinho?
Quem sorri nervosamente com as difíceis questões de adolescentes?
Ou vira a noite à espera do nosso regresso da discoteca?
Quem nos faz chá para curar uma bebedeira de juventude?
Quem olha para a nossa namorada(o) com um misto de simpatia e desconfiança?
Quem ri e chora ao mesmo tempo no dia do nosso casamento?
Quem é que nos abraça e explode de alegria no dia do nascimento do primeiro neto?
Quem … afaga os nossos primeiros cabelos grisalhos com a sua mão já enrugada mas ainda sábia e forte?
Hó mundo! … Para um pouco e faz a merecida vénia à tua querida MÃE.
domingo, 25 de abril de 2010
Será que há algo para comemorar no 25 de Abril?
Afinal que liberdade é esta?
Ter liberdade significa termos uma corja de “políticos” a encher a pança à custa da nação?
Liberdade é viver num país onde educação é igual a indisciplina, facilitismo e sucesso educativo fabricado?
Liberdade é esperar seis anos por uma sentença?
Liberdade é abdicar de valores e viver contra tudo e contra todos pensando apenas em bens materiais e futilidades?
Liberdade é morrer porque só daqui a dois anos tenho vaga para uma operação?
Liberdade é aplaudir celebridades relâmpago que hoje são e amanhã ninguém se lembra?
Àh … Salgueiro Maia se cá voltasses e visses porque lutaste! Não sei se sairias, de novo, de Santarém numa madrugada de Abril.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Porquê a morte?
Hoje estou triste e quero que o mundo inteiro saiba, não da minha tristeza mas de alguém que deixou esta vida. Foi um Homem daqueles raros que deu a vida a uma causa pública, um grande cientista e um grande médico que afastou das trevas muitíssimas pessoas. Morreu no seu consultório, a trabalhar, há cerca de dois meses.
Um grande abraço e até um dia DOUTOR Eduardo Albarran. (oftalmologista de Setúbal)
Os grandes Homens merecem grandes homenagens. As novas tecnologias permitem-nos pequenos gestos cheios de significado.
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